ValorEconômico: Biomm faz acordo com farmacêutica chinesa para trazer similar do Saxenda, concorrente do Ozempic
A farmacêutica Biomm fechou mais uma parceria para fornecer um biossimilar de
medicamentos para diabetes e emagrecimento. Desta vez, é com a chinesa Kexing Biopharm
para trazer ao Brasil o similar dos remédios Saxenda e Victoza que são produzidos com uma
molécula chamada liraglutida e cuja patente cai já no segundo semestre deste ano.
A Saxenda movimenta vendas de R$ 599 milhões e o Victoza, R$ 90 milhões, por ano, no
mercado brasileiro — ambos pertencem à Novo Nordisk.
A diferença entre esses dois medicamentos e o famoso Ozempic é que esse último tem como
princípio ativo a molécula semaglutida que permite aplicações semanais. No caso da
liraglutida, que tem uma tecnologia anterior, a aplicação é diária.
O custo dos três remédios é bem parecido. “Há casos de pacientes em que a dosagem precisa
ser menor, há menos efeitos colaterais”, disse Heraldo Marchezini, presidente da Biomm.
A patente do Ozempic cai no fim de 2026. Ou seja, a farmacêutica brasileira já começa a
apurar ganhos com a febre das canetas para emagrecimento no começo de 2025, estima o
presidente da Biomm.
Ele disse que ainda não é possível estimar qual será o preço do biossimilar do Saxenda e
Victoza. Ambos, são comercializados em média por R$ 250, cada caneta. O Ozempic custa de
R$ 800 a R$ 1 mil, com aplicação uma vez por semana.
O acordo com a Kexing Biopharm tem duração de dez anos, mas nesse período não está
descartada a possibilidade da brasileira Bioom produzir o medicamento em sua fabricada
localizada em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, inaugurada no mês
passado.
“Há uma enorme demanda não atendida que poderemos suprir com o biossimilar”, disse
Marchezini.
No mês passado, a Biomm fechou uma parceria com a farmacêutica indiana Biocon para
distribuir no Brasil um similar do medicamento Ozempic.
Os medicamentos — produzidos originalmente para diabetes, mas que ganharam escala por
serem inibidores de apetite para quem busca redução de peso — pertencem a um mercado de
drogas conhecido como GLP-1, incluem a semaglutida e a liraglutida.
No Brasil, o mercado desses medicamentos é estimado em R$ 4 bilhões pela IQVIA, sendo que
a semaglutida movimenta R$ 3 bilhões por ano. Aqui no país, somente 10% das vendas dos
medicamentos à base de liraglutida (Saxenda e Victoza) são para pacientes com diabetes. O
país tem 15 milhões de pacientes com diabetes.
Agora, um novo medicamento chamado Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, também indicado
para tratar diabetes tipo 2, é nova febre entre as canetas para emagrecimento.
O remédio, aprovado pela Anvisa em setembro, tem uma tecnologia superior ao Ozempic e
seu preço será ainda superior. “Há medicamentos para diferentes públicos e poder de
compra”, disse. O Mounjaro ainda não é comercializado no Brasil, mas muitas pessoas estão
trazendo de fora durante viagens internacionais.
Link da Material na integra Futuro da Sáude, acesso 16/05: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/05/16/biomm-faz-acordo-com-farmacutica-chinesa-para-trazer-similar-do-saxenda-concorrente-do-ozempic.ghtml