Notícias

Tipos de insulina e o futuro do tratamento do diabetes

Não categorizado

Todas as pessoas precisam da insulina, um hormônio que ajuda seu corpo a usar a glicose (açúcar) para obter energia. Porém, caso você tenha diabetes, o órgão responsável pela produção da insulina, o pâncreas, não funciona corretamente. Ou ele não produz o hormônio, ou não produz suficientemente ou a própria insulina que ele produz não funciona corretamente (chamada de resistência insulínica)1.

Descoberta em 1921, na Universidade de Toronto (Canadá), a insulina produzida em laboratório passou por diversos avanços em benefício dos cerca de 463 milhões de adultos que convivem com a doença, de acordo com dados do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation – IDF).

Graças à biotecnologia, as insulinas atualmente são mais seguras, têm maior eficácia e oferecem mais conforto aos pacientes. Antes, por exemplo, o hormônio era retirado de um extrato animal e suas impurezas provocavam diversos efeitos colaterais2. Hoje, não é necessário mais o sacrifício de animais e a insulina é produzida sinteticamente, com fórmula idêntica à humana e, por isso, com menos riscos.

Confira o episódio do BiommCast “O que é insulina”, com a Dr.ª Karla Melo

A insulina é sempre usada no tratamento de pacientes com diabetes tipo 1, mas também pode ser usada em diabetes gestacional e diabetes tipo 2 (quando o pâncreas começa a não produzir mais insulina em quantidade suficiente)3.

Os tipos de insulina variam conforme o tempo de ação1:

  • Insulina de ação rápida: aplicada pouco antes ou após as refeições. Ela age muito rapidamente e geralmente é usada com uma insulina de ação intermediária ou uma insulina de ação prolongada.
  • Insulina de ação curta: semelhante à insulina de ação rápida, mas é ligeiramente mais lenta.
  • Insulina mista: esta é uma mistura de insulinas de ação curta e insulinas de ação prolongada. Pode ser prescrita para quem tem diabetes tipo 2.
  • Insulina de ação intermediária: funciona ao longo do dia. É aplicada uma ou duas vezes ao dia.
  • Insulina de ação prolongada: é mais lenta do que a insulina intermediária, mas é muito semelhante na forma como seu corpo a processa. Geralmente se aplica uma vez ao dia, no mesmo horário todos os dias. Reduz o risco de hipoglicemia em comparação com a insulina de ação intermediária.

Dois planos comuns de tratamento com insulina incluem:

  • Insulina duas vezes ao dia: uso de insulina de ação curta e de ação intermediária.
  • Esquema em basal bolus: insulina de ação curta tomada com as refeições principais (geralmente três vezes ao dia) e insulina de ação intermediária administrada uma ou duas vezes ao dia (à noite ou de manhã e à noite).

O que é insulina basal?4

O papel da insulina basal é manter os níveis de glicose no sangue em níveis consistentes durante os períodos de jejum.

Quando em jejum, o corpo libera constante e regularmente glicose no sangue para as nossas células fornecidas com energia.

A insulina basal é, portanto, necessária para manter os níveis de glicose no sangue sob controle e para permitir que as células recebam a glicose como energia. A insulina basal é geralmente tomada uma ou duas vezes ao dia, dependendo da insulina.

A insulina basal precisa agir por um período de tempo relativamente longo e, portanto, a insulina basal será uma insulina de ação prolongada ou uma insulina intermediária.

O que é insulina bolus?4

Uma dose em bolus é a insulina que é administrada especificamente durante as refeições para manter os níveis de glicose no sangue sob controle após uma refeição. A insulina em bolus precisa agir rapidamente e, portanto, insulina de ação curta ou insulina de ação rápida será usada.

A insulina em bolus é geralmente administrada antes das refeições, mas alguns pacientes podem ser orientados a tomar a insulina durante ou logo após as refeições, se a hipoglicemia precisar ser evitada.

Insulina inalável

De ação ultrarrápida, é indicada para maiores de 18 anos e deve ser administrada durante as refeições. Serve para os tratamentos de diabetes de tipo 1 e de tipo 2.

Futuro do tratamento

Já estão sendo pesquisadas outras formulações de insulina que não envolvam a injeção subcutânea. O sonho dos pacientes é a insulina oral, já em desenvolvimento nos Estados Unidos. Outro produto aguardado é o desenvolvimento de uma insulina basal de ação superprolongada, administrada apenas com uma injeção semanal5’ 6’ 7.

Este conteúdo faz parte de uma série de posts produzidos pela Biomm para comemorar os 100 anos da insulina. Acompanhe também pelas nossas redes sociais.

1UK, Diabetes. Insulin and Diabetes. Disponível em [Acessado 15 Setembro 2021] <https://www.diabetes.org.uk/guide-to-diabetes/managing-your-diabetes/treating-your-diabetes/insulin>.

2Veja Saúde. [Acessado 11 Setembro 2021] Disponível em https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/100-anos-de-insulina-uma-historia-sendo-escrita-sobre-o-diabetes.

3Metabologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia. [Acessado 15 Setembro 2021] Disponível em < https://www.endocrino.org.br/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-diabetes/>.

4UK, Diabetes. Basal Bolus – Basal Bolus Injection Regimen. [Acessado 15 Setembro 2021]  Disponível em <https://www.diabetes.co.uk/insulin/basal-bolus.html>.

5IDF. Disponível em https://idf.org/aboutdiabetes/type-1-diabetes.html.

6Veja saúde. Disponível em https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/estamos-mais-proximos-de-uma-insulina-semanal/.

7BBC/UOL. Disponível em https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/bbc/2019/05/06/pilula-de-insulina-e-tinta-antimicrobiana-inovacoes-que-podem-salvar-vidas.htm.